Obras do Projeto Volta Grande começarão em setembro

Instalação da mineradora de ouro deverá ser finalizada em dois anos

Por Conexão Mineral 08/02/2017 - 16:24 hs
Foto: Belo Sun

Com investimento avaliado em R$ 1,22 bilhão, Volta Grande é um projeto de ouro que a canadense Belo Sun está construindo no Pará, a 60 km da cidade de Altamira. O projeto compreende duas cavas, barragem de rejeitos, planta de beneficiamento, alojamento, duas pilhas de estéril e dois lagos de contenção de água pluvial. O planejamento de lavra considera ROM de 3,5 milhões t/a e a planta metalúrgica terá capacidade de processamento de até 3,6 milhões t/a.

O ouro está armazenado em diorita (tipo de rocha ígnea de cor cinza) em formações de greenstone. A vida útil da mina é de 12 anos e com possibilidade de estender esse tempo até 20 anos. Será utilizado o método de lavra a céu aberto. A planta de processamento incorpora o processo de recuperação típica utilizada em maioria das outras minas. O minério é triturado e depois tratado para recuperar o ouro, utilizando lixiviação seguido pelo carbono em processamento de polpa (CIP).

A empresa ainda está avaliando empresas de engenharia e construção. Os trabalhos de engenharia básica começarão somente após definição final do projeto e classificação dos equipamentos. Esta atividade levará de seis a nove meses de trabalho para ser completada.

“Atualmente, o Projeto Volta Grande acaba de receber sua Licença de Instalação (LI). As obras se iniciarão em setembro de 2017, três meses após o verão na região. A expectativa é que a instalação  finalize em dois anos. O período seco será aproveitado para monitoramentos e ações ambientais, como a instalação do centro de triagem de fauna, do canteiro de mudas e do banco de germoplasma, assim como afugentamento da fauna e supressão vegetal. Essas etapas são fundamentais para começar a obra na área do Projeto, efetivamente”, explica Mauro Barros, diretor geral da Belo Sun.

“Em paralelo, serão contratados os principais gestores de equipes e assinados os convênios com as instituições parceiras para execução dos programas de qualificação de mão de obra e de desenvolvimento de fornecedores. Será o momento de fazer a triagem de mão de obra disponível e de fornecedores potenciais, com base no critério de priorização estabelecido pela empresa: Vila Ressaca e entorno, Senador José Porfírio e Altamira. Entre março e junho deste ano, serão definidos os critérios de elegibilidade e atendimento do Programa de Realocação, Negociação e Inclusão Social, o primeiro passo antes da finalização do plano de trabalho e apresentação dessa proposta à população. Ainda em 2017, a empresa atualizará o cadastro socioeconômico e dialogará com os beneficiados para seleção da área que receberá as famílias, o que deverá ocorrer somente em 2018. E na parte de infraestrutura, a Belo Sun Mineração firmará parceria com a Prefeitura de Senador José Porfírio para melhoria da rodovia Transassurini, com terraplenagem, drenagem e cascalhamento. Essa estrada será usada para transporte de equipamentos ao site do projeto e transporte de funcionários”, detalha Barros.

Arrecadação de impostos

De acordo com Barros, o projeto Volta Grande recolherá cerca de R$ 5 milhões por ano em CFEM. Na fase de instalação, serão pagos por ano R$ 60 milhões de impostos federais e, na operação, R$ 13 milhões. Ao Estado do Pará, no período de construção do empreendimento, serão pagos por ano R$ 53 milhões em impostos e R$ 37 milhões durante a operação. Ao município, além da CFEM, na instalação serão arrecadados R$ 19 milhões anuais e no funcionamento da mina R$ 5 milhões em impostos.

Para o executivo, Volta Grande é “um excelente projeto. Temos grande apoio local e regional”. As eventuais incertezas geradas por conta do Novo Código de Mineração não são um possível entrave: “não sentimos problema algum em relação a isso. O Código de Mineração brasileiro é muito bom. Temos confiança de que continuará bom”, acredita Barros.

Programa de Exploração 2017

A Belo Sun Mining Corp. anunciou que iniciará as atividades de exploração em seus 175 mil hectares, com orçamento inicial de 5 milhões de dólares canadenses. As perfurações tiveram como foco os blocos norte e sul, onde foram perfurados cerca de 215 mil m e 25 mil m, respectivamente. Com o programa atual, a mineradora espera expandir suas reservas e demonstrar a possibilidade de existirem outras áreas com ouro em sua propriedade.